sexta-feira, 30 de março de 2007

Esperança a boa conjugação do verbo esperar


Esperar! O esperar é sim um grande desafio, é ter a certeza de que a porta que se fecha terá uma fresta na manhã que vem. Esperar é o calar do choro, quando as lágrimas se secam para os olhos abrirem para avistar o caminho. Esperar é ter a confiança de que vai passar, e olhar para cima e ver a presença de Deus, que está ali, junção do esperar, da confiança, que vem de fato do Senhor, tem-se a conjunção perfeita do verbo viver, esperança.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Um bom trabalho

Sorrir é fundamental, principalmente nos prés- problemas, problemas e adjacentes. Relacionamento humano vai ser sempre complicado, ainda mais quando alguém paga o seu salário e acha que tem posse de tua vida.
Entrar em discussão não adianta nada, o serviço de assessora me trouxe uma experiência nova, às vezes é necessário deixar as coisas acontecerem para que as pessoas tenham certeza de que você tem razão quando dá um conselho, não porque és a senhora da verdade, mas por experiência e convivência profissional.
Os erros às vezes precisam aparecer, mas ter cabeça fria é um ótimo passo, seguir o trabalho adiante outro passo, não deixar que o pessoal invada o profissional um bom caminho.
Relações humanas são complexas, profissionais então confusas, mas prefiro ver isto como desafio e aprendizado. Até porque na vida a caminhada te fortalece, e o trabalho dignifica o homem, não tem algo mais digno do que você trabalhar, dar o melhor de si, fazer tudo com amor, respeito e responsabilidade, Deus honra seus filhos, e um trabalho digno não há o que o mundo possa fazer, a não ser te ensinar que aos olhos do Pai, tudo é passageiro, pequeno e passável, grandioso é sua glória.
Trabalho, tinhamos que colocar mais fé neste pensamento, na dignidade do trabalhador, do que achar e limitar o emprego, como simples operários e peças de reposição, que podem ser trocadas, até porque o homem é insubstituível. Será que não falta mais trabalho? Eu não quero um emprego, quero trabalho. Será que um administrador, um psicólogo ou um especialista no assunto concordaria com a minha comparação? Não sei mais vejo trabalho com honra, emprego só como necessidade, algo físico, a sombra do desemprego, opressão e tal.

quarta-feira, 14 de março de 2007

No caminho de casa

Uma tarde agradável, fresca, nem parecia ser uma tarde do verão de Cuiabá, Gilberto estava estranhado aquela tranqüilidade. Quando foi deixar os filhos no Cinema, não teve nenhum problema no trânsito, os filhos, Mateus e Felipe, foram em silêncio, sem nenhuma discussão ou brigas comuns de pré-adolescentes metidos a grandes adultos. Sua esposa lhe recepcionou com um beijo e não fez nenhuma reclamação se quer. O patrão elogiou o seu desempenho de vendas, prometendo uma gratificação para o final do mês.
- Há algo errado. Profere Gilberto em um grito para si mesmo freando o carro bruscamente em pleno trânsito, causando um principio de confusão no trânsito.
O motorista se quer deu ouvidos para gritos, sirenes, buzinas, essas coisas de trânsito de cidade. Saiu do carro, percorreu uns passos, e começou a andar, logo nos primeiros passos sentiu a necessidade de correr. E foram dez, trinta minutos, numa largada sem fim, corria, corria, como se o tempo fosse seu inimigo, era uma corrida muito maior do que quando tinha que fechar os balancetes financeiros da empresa antes do fim do expediente. Uma prova bem maior do que ser profissional, marido e pai, além de tudo filho, eram muitas as ligações da mãe, que ele muitas vezes esquecia de retornar.
Já se passava duas horas, e o homem não parava de correr, já havia feito o percusso da famosa Corrida de Reis, atravessou o rio Cuiabá, até que sem querer tropeçou em uma pedra, e foi lançado para dentro daquelas águas. Foi aí que o homem se deu conta, ele não sabia nadar, e uma força tremenda lhe puxava para o fundo. E como Gilberto gritava, mas ninguém o ouvia, no tempo que corria, parecia que estava fora, pois olhava e ninguém o via. Será que não estava assim há algum tempo, vivia e ninguém percebia? Gilberto não teve mais força e foi levado.
- Ei! Quem tanto chama? Em busca de quem você estava?
- Pois não? Espere aí? Quem é você, onde estou?
- Quem você chamava e para onde você veio.
Gilberto abriu os olhos e viu que estava em um lugar que ao mesmo tempo desconhecia sentia como se tivesse em casa, olhou para aquela pessoa e reconheceu como um grande conhecido.
Mas se nenhuma grande apresentação, o homem de grande essência, relatou que Gilberto estava dentro de si mesmo, por isso se sentia bem, que a corrida contra o tempo o levava a si mesmo, e que quando ele deixou de lutar contra seus medos mergulhou em sua essência.
- Eu sabia que havia alguma coisa errada. Estava tudo muito estranho. E aí como faço para voltar para casa?
- Será que sabe o caminho de volta, ou você já se perdeu de vez?
- Lógico que sei, imagino conheço com a palma das minhas mãos o caminho de casa, que faço todos os dias, quando saio para o trabalho ou volto dele, posso lhe dizer quantos sinais de trânsito há para atrapalhar?
- Sei que pode, mas não sabe se quer quantas pessoas estão ali, precisando se quer ser olhadas, quantas crianças que querem pelo menos uma roda daqueles carrinhos caros que deu para seus filhos como prova de afeto, para serem crianças. Seus filhos? Ao menos um dia prestou atenção quais são os seus medos e anseios. Não sabe inclusive que eles já o esperaram por noites para lhe contar uma conquista, e foram trocados por um grande quadrado bobo que colocou no centro de sua casa, aquela grande televisão. Não sabe que sua esposa se sente culpada por ter dado aos seus filhos um pai que só se preocupa em ser o profissional do ano, o melhor jogador de tênis do clube e ter o carro do ano. Isso porque ela vê que se quer percebe o mundo ao redor a não ser seu grande e sarado umbigo, você é um cara que se preocupa bastante com a forma física, estava me esquecendo.
- Quem pensa que é para me julgar e falar assim comigo?
- Você não me conhece, mas eu te conheço, na verdade estive com você por toda a sua vida.
- Eu vou embora, isso só pode ser uma daquelas armações da televisão, vou ligar para meu advogado e saiba que será processado.
- Tudo bem, siga aquele caminho e vá para casa, só não esqueça de olhar por onde andas?
- Que coisa chata, vou para minha casa, é cada coisa que temos que aturar. Enquanto seguia o caminho, Gilberto reclamava, mas seguiu o conselho e começou a olhar para os lados, viu que havia um grande congestionamento na avenida, foi seguindo.
- O que isso meu Deus?
- Esse foi o tempo que perdeu meu filho, você esqueceu de olhar para os lados mais uma vez, agora literalmente, o caminhão pegou o seu carro, lhe tirou a vida. E meus filhos, minha esposa e o meu trabalho?
- Seus filhos estão ali calados sentados no banco daquele carro, acho que quem dirige é a sua esposa, aquela mulher simpática ali, que só repete como seria maravilhoso se ela pudesse dar um último beijo em seu amado. Seu patrão prometeu a ela que vai lhe dar uma gratificação a mais por dedicação, ou seja, quanto a dinheiro, não precisa se preocupar, a pensão vai resolver. Sua mãe é aquela que ora ali, me pedia sempre para nunca lhe deixar sozinho.
- Mas quanto a mim?
- Acho que não sabe mais o caminho de volta, esqueceu de olhar para os lados, foi feita uma modificação nas vias. Acho que perdeu tempo demais, talvez no caminho errado.

Sensacionalismo

A imprensa falar e julgar o sensacionalismo é esquecer do seu próprio reflexo. Ainda mais com os caminhos que a imprensa se estrutou e funciona no mundo capitalista, na sustentação de sua funcionalidade. Que paradoxo!
Por que o que é a imprensa nos dias de hoje?
O que é notícia, informação e pauta?
Não são todas as coisas um carrefour de interesse, jogo de interesse, e isso já não é a razão do sensacionalismo. Porque imprensa é exposição, e que tem o comando da escolha do que é verdade, mentira ou simplesmente a informação tem o controle do sensacionalismo.
Não existe algo mais contraditório do que a imprensa dizer de sensacionalismo, porque o não mostrar um fato pode ser mil vezes mais danoso do que colocá-lo na mídia milhares de vezes.
Então podemos discutir de adoção apenas quando viemente temos em debate em uma novela global a Regina Duarte na luta pela sua filha adotada com sindrome de Down? Então é necessário preservar uma família marcada pela violência, com crianças que não têm nos pais figuras de respeito para preservar a integridade de adultos que não têm se que gratidão aos filhos?
Isso pode parecer confuso mais explico. Foi divulgado no final de semana numa cidade da região metropolitana de Goiás, que quatro crianças foram fortemente violentadas pelo irmão mais velho menor, ao pedido do pai que deu pela falta de dinheiro em sua carteira, a mãe não quis ouvir os gritos nem socorrê-los, preferiu ficar de papo com a vizinha, talvez aumentou o tom de voz para não escutar os apelos dos filhos.
As crianças torturadas a pedido do pai, sobre o teto de uma mãe. A denúncia foi protocolada pelo Conselho Tutelar e pela Polícia Civil da cidade, tendo grande repercussão social e na imprensa do estado. Pelo fato, pela violência, num país marcado pela ditadura, ainda se tem tortura, praticada pelo mais sagrado do estado, da religião, da sociedade ( isso há milhares de ano), pela família.
Tiradas de uma estrutura fundamental para formação do individuo, quando a família não funciona, se quer tem o amor e o respeito, por isso não se cabe aqui nem julgar o menor que está em medida sócio-educativas, quando uma mãe ouve os gritos dos filhos em tortura e resolve ter seu cotidiano normal de fofoca, e por um pai que ordena colocar a educação e a vida dos filhos em risco em troca de menos de R$50,00.
Em resumo, os pais foram presos, as crianças amparadas por medidas legais, e talvez a imprensa foi sim sensacionalista querendo mostrar a comunidade que em nossos país as crianças sofrem, são ameaçadas até dentro de casa, até no seu âmbito familiar. O pai preso na Casa de Prisão Provisória foi violentado por outros presos, levado ao hospital,morreu decorrente da tortura disciplinar praticadas por outros reeducandos ( todos sabem que há um código de posturas dentro de penitenciárias que não educam, só penalizam).
Um desfecho desumano para uma família que se perdeu em seu núcleo, tenho pena dessas crianças que não tiveram o direito de ter em suas vidas a experiência de uma prática familiar, de união, respeito e amor. O resultado disso tudo, o que também não deixa de ser grave, a imprensa por um instante resolveu julgar e condenar a prática do sensacionalismo, precariamante, inicialmente é preciso esclarecer o que é sensacionalismo no mundo moderno da comunicação, ainda mais em um veículo que culpa o autor de proteção a criança, o conselho tutelar da morte deste cidadão.
Não é preciso sair na imprensa para que um estrupador ou um pai violento seja punido pelas leis da prisão, porque todo mundo que sabe se quer um pouco de regime penal, realidade de nossas penitenciárias, que eles tem mais informação do mundo de fora do que um cidadão livre, que de dentro os presos são chefes de facções criminosas, que de dentro de uma prisão, todos os presos são colocados nas jaulas (como leões famintos) com sua ficha criminal lida.
A imprensa comete um incoerência ao discutir sensacionalismo, e uma asneira quando quer achar um culpado para um problema, ainda mais social. Talvez falta a imprensa conhecer de si mesmo, sociedade, então reviva a antropologia, a sociologia, a sua formação, para que serve a história e as teorias, e as leis, para que serve a legislação. Não é só falta de conhecimento, sim de noção, o mais importante neste fato é que devemos sim preocupar com o que está acontecendo de fato, a perca de mais uma família, melhor dizendo, onde estás a constituição família?
Um pai que manda torturar os filhos
Uma mãe omissa e conivente, que normalmente fofoca enquanto seus filhos choram por piedade
Mais um adolescente na lista de muitos outros que se perdem por falta de constituição familiar
Três menores com cicatrizes e fraturas de corpo e alma
E na paralela, temos ainda o exemplo de como funciona duas instituições que poderiam mudar tudo isso, com revivamento da família.
A imprensa que se perde do seu papel, achando culpado ou apenas expondo fatos em sensacionalismo. A justiça que não reeduca apenas só penaliza, mas pena não correção, como falar em reeducação quando há códigos de posturas tão selvagens (no sentido de irracionalidade).

Sugestões de Leituras:

Mulher Sábia "Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos." (Provérbios 14:1)
Vigiar e Punir - FOUCAULT
O que faz o brasil Brasil, DAMATA
Sociedade em Rede, Castells
Estatuto da Criança e Adolescente
Legislação da Imprensa

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