terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Um menino que não esquece de sorrir


Betinho era uma criança muito amada pelos seus pais, pelos seus vizinhos, por todo mundo que estava ao redor dele. Todo mundo se admirava com o menino inteligente, educado e de fácil convivência.

Ele morava numa casa simples, mas que tinha algo diferente. Estudava em uma escola comum, mas que era especial, e assim era todo e qualquer lugar que este menino freqüentava. Você leitor deve estar perguntando o que teria de diferente Betinho? Por que todo lugar que ele estava ficava diferente?
Betinho tinha um grande segredo: ele nunca esquecia de sorrir

- E agora o que será do nosso filho? - A mãe de Betinho exclama com ar de preocupada para seu esposo, pai do menino.

- Estou aqui pensando nele, coitado, só tem seis anos, com uma doença tão grave, que pode até lhe tirar a vida. Você ouviu o médico dizendo o Betinho terá que fazer tratamento por um longo período, quimioterapia e radioterapia, até mesmo cirurgias, terá que internar de quinze e quinze dias. - O pai olha com tristeza para o banco de trás do carro e vê o filho dormindo.

- Vou conversar com ele amanhã. Que Deus cuide de nosso bebê.

Uma linda manhã se forma e Betinho sai do seu quarto correndo ao encontro dos pais que estão na mesa tomando o café-da-manhã. Com um sorriso lindo ele abraça os pais e não esquece de fazer um carinho em seu cachorrinho.

- Querido a mamãe precisa falar com você. O médico falou que você tem uma doença que precisa ser tratada. É um machucado bem grande e você vai ter que tomar muitos remédios e ir sempre ao hospital com a mamãe, até mesmo tomar injeção.

- E isso pode parecer muito difícil, porque vai mudar muita coisa, por causa dos remédios que o médico vai lhe dar, meu menino vai ficar carequinha e pode até mesmo ficar com uma coisa estranha na barriga, como se tivesse com vontade de vomitar, mas eu e a mamãe estaremos sempre com você, bem pertinho.

- Será que eu vou poder ir à escola?

- Vai poder sim, você não vai mais querer ver seus amiguinhos?- O pai estranha a pergunta do filho.

- Ah então tudo bem! Se eu ficar careca é só colocar o boné. - O garoto sai da sala soltando um sorriso, correndo em direção a sala para pegar a mochila para ir à escola.

Os pais ficaram surpresos com a reação do seu pequeno. Eles concluíram que talvez ele não tenha entendido tudo que estava acontecendo, porque nem eles mesmos conseguiam compreender todo o processo descrito pelos médicos, ainda mais para uma criança que só tinha seis anos de idade.
A mãe continuou em casa fazendo os afazeres domésticos, mas se encontrava em lágrimas sempre que imagina o que estava acontecendo o filho. Na mente dela, infelizmente via sempre o pior, mesmo acreditando na recuperação de Betinho, o medo de ver o filho sofrendo era grande. O pai do menino após levá-lo a escola seguiu para seu trabalho, mesmo com muitas funções para executar, não conseguia disfarçar a preocupação e a tristeza.

O período de tratamento de Betinho iniciou logo duas semanas do diagnóstico do câncer, quando internou pela primeira vez ficou no hospital por quinze dias, período que emagreceu muito, ficou fraco, mas com a mesma disposição que sempre o acompanhou. Todas as enfermeiras e médicos que entravam em seu quarto era por Betinho recepcionado por um sorriso e por um desafio:

- Sabia que eu não fecho olho para tomar injeção e ainda não choro?

E desta forma foram várias vezes, todos se surpreendia com sua força, principalmente com a disposição que o menino apesar de pequeno possuía. E com pouco tempo o hospital também se tornou um lugar diferente, assim como era a casa e a escola de Betinho. Enfermeiras, médicos, ajudantes, todos que passavam por aquele hospital fazia questão de conhecer o menino, quando ele estava internado para tomar medicação ou mesmo se recuperando de cirurgias.

Desta forma foram quinze meses de um longo tratamento contra o câncer, que foi uma grande surpresa para os pais daquele garoto, para a equipe médica do hospital, para vizinhos, amigos e até para os colegas e professores da escola. O menino estava sim enfraquecido pelo longo tratamento, as seqüelas ficaram no corpo, as cicatrizes na cabeça, o movimento das mãos e pernas não era mais o mesmo.

Os médicos deram uma notícia surpreendente aos pais de Betinho duas semanas após o seu aniversário. Os dois não conseguiram controlar a emoção e as lágrimas rolaram, o tratamento havia dado resultado e o pequeno estava curado. Mas uma frase encantou todos que estavam naquela sala.

- O que faz a diferença para seu filho ser tão especial e da mesma forma todas as coisas e lugares que ele freqüenta é porque Betinho nunca esquece de sorrir. O médico chefe afirma o motivo da cura do garoto, quando ele entra na sala brincando e sorrindo com a cadeira de rodas, rodopiando pela sala, fazendo a alegria dos presentes.