segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sobre o luto

Sempre usei a máxima de que a melhor coisa para ser fazer por uma pessoa é quando ela tem vida, talvez fosse a única coisa que soubesse sobre a morte. Mas a vida é cheia de reservar surpresas aprendi além disso outras coisas sobre o fim desta neblina, como bem define o escritor Pipper. A vida é tão passageira pensando assim, desespero é sim corpo no chão sem salvação, o que não se encaixa nessa máxima é simplesmente algo que pode sim ser resolvido.
Para entender o luto é necessário experimentar da morte, quando a terra cobre um caixão muito se muda. Hoje dois meses se passam desde o enterro da minha mãe, talvez ainda dure muito essas inconstantes do luto, do que vem após as lágrimas, o reorganizar do dia, quando ainda se sente o perfume do ente querido, mas não há nada que possa se comparar ao vazio do descuido da memória nas coisas cotidianas. Andando na rua um dia desses me vi em lembranças da minha mãe vendo a proteção materna de uma senhora com sua filha, a saudade existe porque teve o amor. Esse sim é o sentimento que mais expressa o luto.
Luto não é só preto, não é só lágrimas, nem sempre a dor está apenas na lágrima, muitas vezes machuca muito mais ter que voltar para casa, ter que acordar de manhã e adormecer com a lembrança de que apesar da esperança há sim dor, e não tente substituir flores por rosas, cada um possui a sua essência. O luto é sim a marca mais profunda de que o amor é um sentimento tão grande que ultrapassa a maior das barreiras.
O que a morte me ensinou além do luto e de tudo que antes era só incerteza? Ela me ensinou que a vida não é só sobreviver, sim viver. Aprendi quanto amei a minha mãe, fiz o que me era possível, hoje são dois meses, desejei muito que ela estivesse mais um pouco aqui comigo, queria tocá-la uma vez mais, queria conversar, queria comer de novo de cada comida maravilhosa que ela fazia, queria sim poder dá a ela muito mais de tudo que tentei fazer de melhor, mas Deus é Altíssimo. Jamais me preparei para vê-la morrendo em dez meses nos meus braços, com um câncer fulminante que tirava uma gota de vida por dia, mas aprendi e amei, então o luto para mim é a marca do amor enorme que tenho por ela. E luto para que meu luto seja sim uma demonstração deste sentimento, porque minha mãe desejou desde o dia que nasci que eu fosse feliz. Se mais falta a sua presença, imensa é saudade, porém bem maior a satisfação de poder ter a melhor mãe que Deus me escolheu, um anjo para me proteger, cuidar, mais do que tudo.
E a morte? "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." A maior lição que Deus já me deu, o conhecer do seu amor, pelo seu filho Jesus Cristo.