segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Juventude no cárcere

56% da população carcerária de Goiás possui entre 18 e 29 anos. 50% deles voltam a infringir a lei depois de sair da cadeia.


Esta é a manchete do jornal diário de hoje, assusta o índice divulgado pela Secretaria de Estado de Justiça. São números vergonhosos para toda a comunidade, não isento o ESTADO, mas o retrocesso em colocar culpa dos problemas no poder público não nos tira a responsabilidade da ação, que vai desde a eleição a legislação. E sabemos que atos pequenos fazem grandes transformações por serem ações, o agir, o transgredir faz a reforma, porque é responsabilidade pensar na educação, pensar no social, pensar no ESTADO mais do que um organismo de poucos para decisão por todos.
Atrás das grades, superlotadas, vivendo como animais, estão, em sua maioria, jovens com idade economicamente produtiva, que tem de acordo com os registros baixo grau de instrução, 70,94% dos presidiários do estado de Goiás não chegaram ao ensino médio. Os crimes que mais levam estes homens e mulheres para cadeia são: furto, roubo e tráfico de drogas. Um perfil mais detalhado mostra que a maior parte destes presos vem de grupos menos favorecido economicamente da sociedade.
Outro agravante dos dados revelados pela Secretaria de Justiça é o regresso ao mundo do crime. A reincidência da população carcerária de acordo com as autoridades da Segurança Pública está em torno de 50% em Goiás. “A falta de perspectivas, o desemprego e a desagregação da família...” Políticas de atenção ao condenado e a família possibilita reintegração social, cuidado e caminhos para o ex-condenado dá direito ao cidadão de ser um ser humano. Porque isso não é voluntariado, sim direito social, e o que impedirá que mais jovens e adultos achem no crime a solução, o único caminho.
Em poucas palavras e números temos que a educação, o conhecimento e a sabedoria são sim chaves sociais de desenvolvimento social. Dá o direito para o cidadão de compreender o mundo que os cerca, da importância que tem na composição familiar e social. Bem mais que a política carcerária precisa ser revista, não sou bacharel em Direito, mas tenho a convicção que não são leis, mas atitudes, da sociedade como um todo. E o pouco que cada um faz é dever e direito, nem que seja o respeito pelo ser humano, isso sim já é uma grande atitude.
O Luciano Huck fez texto indignado porque roubou o seu Rolex, tenho certeza que grandeza faria se calado ficasse e investisse a mesma quantia do que lhe roubara em “possíveis novos ladrões, traficantes e assassinos”. Que bem faria do que ao invés de colocar mais um lixinho na televisão sem conteúdo ele mostrasse o público jovem que ele não tem que está atrás de uma grade, que fosse ele com seu ar intelectual, bater um papo ser humano com um jovem desses que rouba milhares de relógios e vida por não ter nem sua vida, está já te roubaram. Algum ser humano pode comprar isso?
"...estive preso e foste me visitar." Mateus